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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 327-2

327-2

APLICAÇÃO DE BIOMASSA FÚNGICA NA REMOÇÃO DE CORANTE TEXTIL

Autores:
Carlos Vinicius Alves de Lima (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco ) ; Hozana de Souza Ferreira (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco ) ; Renata Raianny da Silva (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco ) ; Leonie Asfora Sarubbo (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco ) ; Juliana Moura de Luna (UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco )

Resumo:
A indústria têxtil é uma produtora em potencial de diversos efluentes, entre eles os corantes. Métodos físico-químicos são usados principalmente para remover substâncias coloridas em efluentes. Não existe um método universalmente utilizado para tratar efluentes têxteis, provavelmente devido às diversas e complexas estruturas químicas desses compostos. No entanto, existe um grande potencial para o desenvolvimento de sistemas microbianos de descoloração que, em alguns casos, podem remover completamente a cor em poucas horas. Estudos mostram que os fungos tem um importante papel na remoção de corantes nos efluentes têxteis, independente do mecanismo que utilizem para fazê-lo. Desse modo, pesquisas em torno da remoção de corantes de efluentes têxteis são crescentes e novos métodos têm sido propostos visando um tratamento com boa relação custo-benefício. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo testar a capacidade de descoloração da biomassa produzida por Lichtheimia hyalospora (UCP 1298) frente as variações do tempo de crescimento e contato e quantidade de biomassa fúngica. Foram realizados testes para avaliar a capacidade de descoloração da biomassa fúngica, sobre a influência do tempo de crescimento (7, 11 e 14 dias), tempo de contato da biomassa com o corante (2, 4, 6 e 8 horas) e na variação da quantidade de biomassa na remoção do corante (20, 40 e 60 mg.ml -1). Para avaliar a influência do tempo, o experimento foi realizado em triplicata e com um controle negativo (água + corante, sem biomassa). A incubação foi realizada em agitador tipo shaker a 200 rpm e temperatura de 28 °C. Para a quantificação da adsorção do corante, durante 7, 11 e 14 dias foi retirada uma alíquota do meio de cultura para a leitura de absorbância após a centrifugação. Outro experimento foi realizado, utilizando os mesmos parâmetros, contudo dessa vez foi retirada uma alíquota, durante 2, 4, 6 e 8 horas. Após a determinação do tempo ideal para a máxima adsorção do corante, variou-se a quantidade da biomassa fúngica utilizada. Foram adicionadas à solução com corante nas quantidades de 20, 40 e 60 mg.ml-1 da biomassa fúngica macerada, a fim de determinar a quantidade ideal. Com relação aos resultados obtidos em função do tempo de contato foi observado 80% de descoloração em 11 dias. Já a maior taxa de remoção foi obtida entre 4 e 6 horas de contato com o corante, sendo 20,47% e 20,97% respectivamente. Foi observado que a maior quantidade de biomassa adicionada à solução não favoreceu o processo de biossorção. A maior taxa de remoção foi 56,85% utilizando-se a concentração de 40 mg.ml-1 de biomassa seca. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a biomassa fúngica apresentou resultados promissores na descoloração do corante e que os parâmetros estudados são promissores uma vez que ira reduzir o custo do tratamento, favorecendo a indústria e o meio ambiente.

Palavras-chave:
 Corantes , Fungos , Industrias Têxteis , Efluentes


Agência de fomento:
FACEPE